Nasci 13 de janeiro. Nem um
dia a mais ou menos. Fui concebido de um mar de erros do desconhecido. Naveguei,
flutuei, e submerso estou. Em meus pés ainda há lama daquele dia em que vi a
luz do sofrimento. Vim do pecado carnal
da vida. Flagelei minha mãe por nove meses. Fiz ela passar por dores
inconstantes, pedindo um pouco de alimento. Este alimento não tem nome, não tem
cheiro, não tem sabor, é inexplicável. Se você consegue explicar, parabéns.
Você é um ser elevado, acima do normal.
Pedi para voltar, mas o
retorno já não me era possível. A partir daí, constitui um elo que os homens
chamam de muitos nomes. Sinto muito, mas não consegui decifrar tal coisa, sentimento,
sei lá. Acredito, que desceu pelo ralo do meu primeiro banho quando dei no meu
primeiro choro neste mundo. Desde então procuro o tal alimento.
Através de fotos nas paredes
ou nos books desgastados de tantas pesquisas inúteis. Vesti as mais diversas
fantasias, das mais variadas cores e formas. Já vesti cristais e ouros, mas no
outro dia estava como um farrapo. Roupas puídas. Ontem, eu era um tamanho, hoje
sou menor ainda, quem sabe amanhã posso ser grande? Antes disso, preciso de uma
ampulheta ou um mapa com o texto mais descritivo possível, para me situar onde
estou. Fiz o inimaginável, alcancei grandezas, mas me perdi nos meus deslumbres.
Oh que visionário eu fui.
Sou rei, amanhã serei
príncipe ou o bobo da corte. Posso ser aquele rapaz que toca as trombetas que
passa a hierarquia portuguesa, por que não? Faço parte dos seres mais
invisíveis que existe no planeta: o ser humano. Estou caminhando, não em
círculos, mas aos pulos, porque as armadilhas são grandes.
até breve...
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