Nossa, o bolo está crescendo. Isso me lembra do cheiro da minha infância. Quer dizer, várias coisas me lembram esses momentos. Balas sortidas, sorvete de morango, parquinho de areia, futebol, a primeira revista masculina (isso aos oito anos), fogueira. Nomeá-las seria impossível. Mas e você Théo, o que está na sua memória? Pergunta Mauro.
- Naftalina! Théo respondeu de maneira pragmática.
- Como assim naftalina? Perguntou Mauro assustado com a resposta do amigo. Porque aquelas bolinhas brancas fedorentas lembram sua infância? Afinal, aquele cheiro serve para afastar todos que estão ao seu redor. Só de lembrar me dá um asco. Eco! Responde Mauro fazendo cara de nojo e já começando a rir da conversa.
- Lógico que as naftalinas são marcantes. Todo mundo já usou naftalina nas gavetas e armários de suas casas. Se lembra de quando você era pequeno, a única forma de preservar as roupas daquelas pestes nocivas e desagradáveis: as baratas. O animalzinho asqueroso que é útil para esse mundo.
Para mim é marcante ver aquele colorido varal de roupas, dançando com o vento espalhando o cheiro de sabão em pó de maneira uníssona, se desfaz em poucos minutos ao se misturarem com as bolinhas fedorentas nas gavetas. Minha mãe sempre dizia com aquele sotaque do Sul: “Tu colocastes as bolinhas “cheirosas” na gaveta?” Depois começava a rir.
As minhas viagens são rodeadas por esse odor característico. O cheirinho me lembra as visitas de julho até o interior de Porto Alegre. Esse período em que as gotas de algodão flutuando até o chão. Formando paisagens maravilhosas. Antes disso, há aquele ritual de arrumar as malas e tirar todos os agasalhos das gavetas e com eles vinham às bolinhas e o cheiro peculiar que espanta qualquer um.
Minha avó adorava aquele cheiro. Na verdade, por onde ela passa deixa esse odor. Mas isso faz tempo, Dona Lurdes já faleceu há algum tempo. E o que me vem à memória? As bolinhas brancas que exalam o um cheiro desagradável, mas é o cheiro da minha infância, cheiro de recordação, cheira a saudosismo próximo a janela.
até breve
Desculpem-me os fracos, mas a infância dos anos 1990 foi a melhor! auhduasda
ResponderExcluirvou te linkar no meu blog, me linka ai tb: updavid.blogspot.com
ResponderExcluirSimplesmente fantástico esse texto. E o incrível é como me conectei à minha infância enquanto fazia a leitura. (tentei enviar o comentário com conta do Google, mas não deu). Babi Lima
ResponderExcluirComo postei no Facebook, eu amei! Me remeteu completamente à infância. Lembrei da minha vó, que até me emocionei. É como se eu pudesse visualizar as tantas vezes que abria o guarda-roupa dela, e aquele cheiro subia. Ai que saudade... Não queria ter crescido. Babi Lima
ResponderExcluirAdorei a história...quem não volta à infância depois de ler essas palavras!!
ResponderExcluirOs anos de 1970 são os melhores para mim. Sinto falta de jogar queimada no asfalto. O asfalto, o cheiro de piche lembra a minha infância.Está impregnado em minha memória, vi prédios e estradas serem construídos ao meu redor...que saudades!!
ain que emocionante tatazinhu, fiquei ate sem palavras os comentários ja retrataram tudo!! Parabenss adoreeei
ResponderExcluirAmei o texto! De verdade. Bem intenso e saudosista, como bem classificou. Claro, não posso deixar de dizer, como o jeito Higor de ser. Até a mais alta reflexão tem a sua característica infalível: humor!
ResponderExcluirps. Tu viestes do sul do Ceará? kkkkkkkkkkkkkk
Parabéns, Abs!
Essa Nathália Rabbit me mata...
ResponderExcluirSempre usando suas características..
Nossa Higor, gostei muito do jeito que vc escreve! Eu tbm tenho um cheiro estranho que me lembra a infância: esgoto! Qdo íamos para Cabo Frio, pois a água lá tem esse cheiro. kkkkkkkkkkkk
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