
Basta! Os manequins estão fora de cogitação. Hoje, o certo é ser incerto. Gosto das coisas incomuns, palavras chulas me levam ao êxtase. Os imundos me atraem. Quero pessoas sem máscaras ou maquiagem, as cicatrizes são mais interessantes. O sagrado não me atrai, o correto é ser lascivo.
Sem que percebamos, meticulosamente nos afeiçoamos de maneira involuntária. Quero as feridas mais profundas e as transformações mais plenas. A rebeldia é muito blasé. Expunham a originalidade, mas sem dedos apontados para os lados. Um pouco de pimenta no tempero, não faz mal a ninguém. Seja social, mas sem ser banal.
Cansei de morbidez humana. Os erros nos mostram como somos. A alma pecadora é a que procura rendição. Clamo a deusa Atena a sabedoria plena, para aguentar incólume esta dor. Enquanto puder, vou usar a borracha mais velha que estiver esquecida na gaveta, e ressuscitarei os fantasmas do passado. Quero que a lua seja cúmplice no barateamento da perfeição humana, que se espalha por uma névoa branca, a respiramos mas não sentimentos. As aquietações são desvendadas, aos poucos mortificadas ou quem sabe esquecidas. A partir de hoje, preparo-me para que venha o banquete de carne crua.
Inspirado no texto de Fernando Pessoa, poema Linha Reta
até breve