Meu
corpo pertence à terra, mas minhas palavras são do vento. Amarro os versos na
janela do meu quarto, para que as orações alcancem o cume do próprio Deus.
Escrevo para haja esperança em meus olhos marejados. Descrevo para me libertar.
Quisera eu ter a mesma alegria de um cão, ver o mundo em linha reta,
entretanto, o que eu vejo, não é o que sinto. O que ouço são vocábulos
inexistentes.
O
tempo está cada vez mais curto, sinto-o escorregando pelas frestas de meus
dedos. A qualquer momento a caixinha vai parar de tocar a melodia da harpa
cristã. A bailarina lentamente vai perdendo os rodopios.
Meu
maior medo era um quarto escuro, e apenas ao toque do interruptor as dores iam
embora. Que triste lembrança. Hoje, medo me traz inspiração. Sou seco e molhado.
Corro. Piso na cabeça da serpente com botas de ouro do rei Midas, feitas
especialmente para mim. Fui em uma cigana para jogar o tarô, durante a
consulta, apareceu à carta da Morte, presságio de uma nova fase ou a morte
voluntária se aproxima?
até breve...
Muito bom!
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