segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Farol


Encontros e desencontros são efêmeros, vorazes, com uma força que nos consomem a cada instante. Mas você continua a mesma, leal a cada momento. Suas lágrimas exprimem a verdade, o valor de um sentimento jamais vivido por estes peregrinos da noite... Da janela contemplamos o mesmo farol de uma luminosidade estática. Sempre pulsando o amarelo ocre. Provocando-nos ir ou vir. Nossas vidas são parecidas a este pequeno refletor, alerta a todo instante.

Permanecemos cautelosos a tudo e a todos, mesmo assim, o controle foge de nossas mãos. Esvaindo-se pelas falanges, por minúsculas frestas. Apesar disso, ficamos aqui estáticos observando o círculo aceso sempre piscando, confundindo-se entre as estrelas, precavendo pedestres e motoristas. Como essa lanterna sustentada por um concreto, sem nenhuma perspectiva de se locomover, assim somos nós. O mundo é frenético, mas a sensação é de imobilidade. Os inominados estão em um coma involuntário, deslumbrados com a paisagem. Paralisados a cada instante, o farol está estável, piscando seu torpor.

até breve

Um comentário:

  1. "O mundo é frenético, mas a sensação é de imobilidade"nunca foi dito de maneira tão sagaz!!
    Mais um texto que arrebenta!!

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